O hábito de dona Zumira findou contagiando Rariosvaldo que logo se interessaria em ler os cordéis que existiam em sua casa. “Esta era a única leitura disponível no meu tempo de criança. Livros, revistas e jornais eram artigos difíceis de serem encontrados no meu tempo de infância”. O professor lembra que logo leria quase toda uma coleção intitulada “Cruzeiro do Norte”, que entre outros títulos estavam “Pavão Misterioso”, “O cachorro dos mortos”, “O negrão do Paraná e o seringueiro do Norte” e “João Grilho” , “O sabido sem estudo”, entre outros.
As lembranças da vida simples de criança é quem alimenta o amor pelo cordel. “Tem poemas, que ao ouvir, parece me transportar a minha infância em Olho d”Àgua, lembra emocionado o professor. Ele encerra a entrevista, e com os olhos brilhando de alegria, recitando, de cor, o poema abaixo:
O camponês vive em paz
Por mais recurso que tenha
Prefere um fogão de lenha
Do que um fogão à gás.
Pelas telhas e frechás
Sai fumaça do fogão
Que se espalham no oitão
Cheiro de café coado.
Quer ver um reino encantado
Passe os tempos no sertão”.
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