Vida natural

domingo, 10 de fevereiro de 2019

"Venha dançar com a gente" deu vida as tarde na pracinha do Haroldo na avenida Gudalupe em Santa Catarina

Aula do "Venha dançar com a gente" no Santa Catarina
O "Venha dançar com a gente", um projeto social de dança, está movimentando as tarde de 5ª feira e sábado, no Santa Catarina.

Os aulões que acontecem sempre, às 16 horas, deu vida a pracinha da cigarreira do Haroldo, na avenida Guadalupe, no Santa Catarina.

Projeto criado por Wlisses Guera (editor deste blog), Cláudia Ângela foi a instrutora escolhida para o projeto.

Como o projeto visa atingir as famílias, reunindo todos os membros dela, desde a criança até o idoso, a escolha de Cláudia se deu exatamente pelo seu carisma em lidar com as pessoas, principalmente a  da terceira idade.

A pracinha é um lugar que está sendo construido pelos moradores do bairro. São vizinhos da cigarreira do Haroldo que se reúnem todas as tardinhas. Jogar cartas, damas, ou simplesmente jogar conversa fora.Outros tomam algum aperitivo acompanhado com o tradicional caldo de charque, especialidade da cigarreira.

Moradores do Santa Catarina/Panatis abraçam projeto de dança


Dança reúne família inteira, da neta ao avô
O projeto foi bem acolhido pelos moradores do bairro. Não só pelos que gostam da dança como prática, mas também de toda comunidade. A prova disto, é alguns colaboram com a organização do evento, ajudando na colagem de faixas, organização do local, e até contribuindo para a mesa de frutas, que é posta a cada aulão.

O aulão conta com apoio da cigarreira do Haroldo, que cedeu a pracinha e serve como ponto de apoio ao projeto. Foi feito uma parceria, onde uma moto propaganda divulga o aulão e também a cigarreira do Haroldo, que é conhecida por servir um irresistível caldo de charque.

Projeto visa criar autoestima e qualidade de vida


O "Venha dançar com a gente" é um projeto que um zelo muito grande com o politicamente correto. Por isto, não é permitido que se dance musicas que tenham letras pejorativa contra as mulheres, ou incitem o consumo de drogas (mesmo lícitas) ou a violência.

O projeto vai além da dança. Pretende criar um espaço de confraternização, de libertação do estresse através da dança e por isto as musicas devem criar um clima positivo. De autoestima.

Desta forma, algum professor visitante deve passar as letras das músicas para a instrutora Cláudia Angelo. 

Também, não está em sintonia, uma proposta de qualidade vida saudável, com incentivo ao consumo do álcool ou qualquer outra droga.  Ao final de cada aula, acontece um lanche. Mas, é servido somente frutas naturais e frescas. Nada de alimentos artificiais.

O projeto já foi visitado por dois instrutores de outros projetos. Judinéia Belchior, do Mulheres Ativas e Margarida Dantas, do Vale Dourado. Margarida, é uma educadora, que trabalha com crianças e adultos. Ela é muito exigente quanto as letras das músicas. "A maioria das músicas hoje são verdadeiros lixos", por isto, danço mais músicas caribenhas.

A dança  como lugar de acolhimento, socialização e autoestima


Um dos pilares básicos do "Venha dançar com a gente"é o cuidado com o público idoso. Não é que o projeto seja direcionado exclusivamente para este público, ele é global, porém se deve ter uma atenção especial a eles.

Por este motivo foi que escolhi Cláudia Ângelo para ser a instrutora do projeto. Cláudia sempre demonstrou uma dedicação exclusiva para com as pessoas mais idosas do que ela.

O que tenho percebido nas aulas de dança, é que alguns instrutores, praticamente desprezam este público quando chegam em seus espaços. Geralmente se dá atenção especial ao público novo, e os mais idosos ficam isolados no fundo do salão.

O fato é que este público, ao procurar a dança, seu objetivo vai além dela. Ou seja, em sua maioria, conforme artigos publicados, este público vai em busca de um espaço para socialização. São pessoas,, as vezes viúvas (o)s, com seus filhos todos casados e que, quando não moram só, residem com seus filhos, mas, mesmo assim, eles vivem uma vida totalmente diferente dos seus pais. Assim, a pessoa da chamada terceira idade, precisa de um lugar fora de casa para fazer amizades, estabelecer relacionamentos.

Desta forma, ela espera encontrar na dança este espaço. Quando isto não acontece, ele se desinteressa e cai fora. Durante mais de um ano que frequentei as academias, constatei isto. Conversei com algumas senhoras e senhores que entraram para a dança e pouco tempo depois desistiram.

Inclusive, isto aconteceu comigo. Frequentei, por três meses uma academia, onde só ia para o horário da dança. Durante este tempo, o instrutor não me inseriu no grupo do watsapp.  Outro episódio marcante, foi que numa academia, estava fazendo musculação quando interagi com um senhor. Imagino com 60 anos de idade. Depois de falar sobre a importância da dança, ele findou indo comigo ao salão. Dançou umas três musicas e foi embora.

O que me chamou a atenção, é que o instrutor não o procurou para iniciar um acolhimento. E olha, que este senhor é proprietário de um estabelecimento comercial bem próximo a academia.  Na minha visão, este instrutor e a academia perderam uma boa oportunidade de ter uma pessoa que poderia contribuir muito para a dança, através de parcerias que futuramente poderiam estabelecer.

A qualidade da música, uma coreografia facilitada, também contribuem em muito para o acolhimento da pessoa da terceira idade.

Entretanto, diferente do posto acima, quando cheguei a uma academia para praticar dança, conheci a Cláudia Ângelo. Logo percebi que ela tinha um comportamento muito diferente de muitas outras jovens. Procurava acolher todas as pessoas que chegavam no salão (ela  não era instrutora), além de ter um cuidado muito grande com as senhoras. Inclusive, isto aconteceu comigo. Assim que terminou a aula, Cláudia foi ao meu encontro de disse ter ficado muito feliz com a minha presença. Exatamente pela minha idade está ali junto com o grupo. Era um público muito jovem. Nas outras aulas, Cláudia dizia ser um exemplo a ser seguido.

A partir daí, estabeleci amizade com Cláudia. Ela me convidava para os aulões que aconteciam fora da academia. Aos poucos surgiu e foi amadurecendo a ideia da criação de nosso próprio espaço. Um projeto em que mostrasse que a dança é para todos. Independente de sexo, idade. E de que seria um projeto que trabalhasse a dança como espaço de alegria, motivação, elevação da autoestima e, que acolhesse a todos, com exclusividade as pessoas mais maduras.