Vida natural

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Natalenses aproveirtam o feriado de sol forte, lotam e permanecem nas praias até o por do sol

No primeiro dia do ano, a população lotou as praias do litoral natalense e aproveitou os últimos raios de sol para curtir o feriado nacional. Na foto, ao lado, mesmo já sendo quase 17h, ainda era grande o número de pessoas, como na Praia do Forte.
Sol quente, feriado e ainda por cima transporte coletivo com preço das passagens promocionais, foram ingredientes mais que necessário para tamanha presença dos banhistas.
Na Redinha, o número de ônibus foi insuficiente e muitos tiveram que retornar para casa a pé. Até às 19h, os ônibus que vinham das praias estava superlotados.

Redinha completa 408 anos esquecida, mas ainda continua charmosa e amada por muitos natalenses

A Redinha, a praia que já foi o centro das atrações da elite econômica e cultural de Natal está hoje abandonada. Mesmo assim, a prainha que guardava um charme especial pelo seu aspecto bucólico, ainda mantém seu statu de princesa e basta um olhar atento der quem passado sobre a ponte Newton Navarro, para deslumbrar de sua beleza.
Mas, se do alto a Redinha mantém seu "nariz empinado", ao se aproximar dela, penetrar em suas ruas, vai ver que a antiga vilinha de pescadores está enfrentando crises sérias. 
Mesmo com aspecto pacato, a Redinha enfrenta um serio problema que são as drogas.  A falta de segurança e de incentivo dos últimos governantes contribuiu para que a praia perdesse muitos veranistas. Até os anos 80, a Redinha era o centro das atenções de Natal. No final de semana, a praia recebia boa parte da elite econômica, política e cultural do Estado.
Reverenciada pelos seus veranistas que se gabavam de ter uma casa na Redinha, ela era flertada pelos turistas que tinham como parada obrigatória o Mercado Público. Comer ginca com tapioca era um ritual que não podia ficar de fora do tuor turístico. Não era para menos, afinal de contas, a iguaria havia chegado ao conhecimento de turistas de todo o Brasil.  O responsável pelo marketing foi o folclorista Câmara Cascudo, que entre outros intelectuais a provar o prato de dona Dalila foi nada mais nada menos do Jorge Amado.
A Redinha era refúgio de poetas, escritores e boêmios, como Vicente Cerejo, João Gualberto, Alriza Sroares, que em seu site escreve e recorda com nostalgia:

"Ah, Redinha que saudades. Daqueles tempos assisti as danças folclóricas do Bumba Meu Boi, das Lapinhas, do Coco de Roda, do Pastoril. Do amanhecer junto com o sol, Dos arrastões de pescas.... da compra do peixe fresco...Tão cortejada pelos boemios, mas, mesmo esquecida, Redinha, ainda, em seus 408 anos, guardas muito charmes."
 
A presença de "gente importante" dividindo o espaço com os humildes pescadores transformaram a vida da Redinha nos finais de semanas e férias. Assim, barzinhos e quiosques começavam a funcionar na sexta-feira, e permaneciam abertos até o domingo à tarde. Hoje, com exceção de datas marcantes, entre elas o Carnaval, a praia somente tem vida no domingo. Mas, os banhistas são pessoas de baixíssimo poder aquisitivo.
Para parte dos moradores, outro fator que contribuiu para a crise na Redinha foi a construção da ponrte Newton Navarro. O bairro era passagem obrigatória dos passeios turísticos. Os passageiros desembarcavam da barca e passavam, de bugre, pela praia. Agora, ao descerem da ponte, eles seguem pela Avenida Litorânea, na Redinha Nova. Assim, a Redinha ficou no escanteio.

Sem ônibus suficiente, devido Intervalo prolongado de saída do terminal da Redinha deixa passageiros a pé

Feriado, dia de muito sol e ainda por cima ônibus com preço promocional, estes foram ingredientes mais que necessários para levar o povão a praia. Porém, no final da tarde, já às 17h, uma fila fazia um círculo com passageiros querendo voltar para casa. Mas, mesmo com mais três ônibus parados no terminal da Redinha, apenas um pode sair. O outro só teria autorização para partir às 17h30. Assim, dezenas de passageiros continuavam a espera da saída do coletivo. Outros, com seu Francisco e Jacira, preferiram desistir e irem caminhando a pé. "Moro no Alvorada, e como o outro ônibus só vai sair daqui a 30 minutos não dá para esperar. Além do mais, ele também já está lotado. Desse jeito não saiu da Redinha antes das 19h", explicou seu Francisco.  Para seu Francisco, é melhor manter o preço normal, e do que fazer estas promoções e não ter coletivo. Além do casal, outros passageiros também desistiram. Muitos caminharam até o anel da ponte para ver se pegava outro coletivo que viesse da Praia do Meio. O preço da passagem no transporrte coletivo em dia de feriado custa: R$ 1,20, ou seja, metade da passagem.

Mesmo sem estrutura de apoio, multidão vai a praia da Redinha parar ver a queima de fogos de 2014-2015

Sem sombras de dúvidas, assistir a queima de fogos das areias da praia da Redinha, quase embaixo da ponte Newton Navarro é um espetáculo de tirar o fôlego. Seguindo aos estrondos dos fogos que parecem irem sacudir a gigantesca estrutura de cimento, as bolas gigantes de fogos parecem vão caír sobre as cabeças das pessoas.
Mesmo sem nenhuma atração artística no local, e também sem infraestrutura para atender a população, uma multidão lotou a praia da Redinha para ver o evento. Apenas dois banheiros públicos foram colocados para atender ao público e assim se formaram duas filas a perderem de vista. Também não teve apoio do Trânsito e assim os visitantes tiveram de enfrentar um grande congestionamento, com pessoas disputando espaço com veículos na estreita avenida central.