Vida natural

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Família de pescadores da Redinha mantém a tradição de sair no carnaval com ritual da tribo dos índios Tapuius

No quintal da casa, tribo  prepara janta a base de coco
Uma família de pescadores na Redinha mantém viva a tradição de levar às ruas no período carnavalescos as narrativas dos índios Tapuius. Numa casa simples, onde em seu quintal foram construídas outras duas casas para abrigar os filhos da clã de Valdir Brito e Dona Francisca. A casa fica na Rua Beberide, na Redinha Velha, quase nas dunas da África.
Dona Francisca informou que perdeu a noção de quando a tribo foi criada. Mas, que é uma tradição que vem passando de geração em geração, e que filhos e netos continuem depois que eles morrerem.
Mesmo sendo num perímetro urbano e num terreno muito pequeno, a família ainda guarda muito dos seus antepassados. Nas três casas residem  os patriarcas da família, seu Valdir e Dona Francisca, suas filhas, e netos. Criam galinhas e, debaixo de um pé de caju, a família prepara a janta, que será servida bolo de milho e ginga com tapioca. Enquanto dona Vilma prepara a massa, sua filha rala o coco e seu  neto abre mais outro coco.
Além de participarem do desfile do carnaval popular das Rocas, os Tapuuus ainda sai nas ruas da Redinha, às terças-feiras, e em seguida se concentram no Mercado Público. Lá, fazem uma homenagem a dona Dalila, descendente de índios que tornou a ginga co tapioca a iguaria da Redinha, e em seguida, realizam o ritual de queima do caçador, uma prática que os nativos, não somente das Américas, mas também todo o mundo costuma realizar. Para eles, ao sacrificar o guerreiro adversário, sua energia seria transmitida para a tribo que o captou. Este ritual foi estudado por diversos antropólogos e os Tapuius da Redinha tem sido tese  de mestrado em Ciências Sociais na UFRN, com Ilo Fernandes Costa Júnior: "Sacrifício Ritual" e Valdemiro Severiano Filho, "Carnaval de Natal/RN: espaço dos índios no tempo da folia".

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