No quintal da casa, tribo prepara janta a base de coco |
Dona Francisca informou que perdeu a noção de quando a tribo foi criada. Mas, que é uma tradição que vem passando de geração em geração, e que filhos e netos continuem depois que eles morrerem.
Mesmo sendo num perímetro urbano e num terreno muito pequeno, a família ainda guarda muito dos seus antepassados. Nas três casas residem os patriarcas da família, seu Valdir e Dona Francisca, suas filhas, e netos. Criam galinhas e, debaixo de um pé de caju, a família prepara a janta, que será servida bolo de milho e ginga com tapioca. Enquanto dona Vilma prepara a massa, sua filha rala o coco e seu neto abre mais outro coco.
Além de participarem do desfile do carnaval popular das Rocas, os Tapuuus ainda sai nas ruas da Redinha, às terças-feiras, e em seguida se concentram no Mercado Público. Lá, fazem uma homenagem a dona Dalila, descendente de índios que tornou a ginga co tapioca a iguaria da Redinha, e em seguida, realizam o ritual de queima do caçador, uma prática que os nativos, não somente das Américas, mas também todo o mundo costuma realizar. Para eles, ao sacrificar o guerreiro adversário, sua energia seria transmitida para a tribo que o captou. Este ritual foi estudado por diversos antropólogos e os Tapuius da Redinha tem sido tese de mestrado em Ciências Sociais na UFRN, com Ilo Fernandes Costa Júnior: "Sacrifício Ritual" e Valdemiro Severiano Filho, "Carnaval de Natal/RN: espaço dos índios no tempo da folia".
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