Para Rariosvaldo, o cordel, de cara, é um recurso que apresenta duas vantagens. A primeira é que sua estrutura com parágrafos (estrofes) curtos e seqüenciada facilita a leitura, e de quebra, melhora a ortografia do aluno. Porém, a melhoria da ortografia no cordel não acontece de forma diretiva, mas numa espécie de desconstrução literária. Ou seja, o cordelista fala o dialeto do camponês e o aluno leitor vai verificando as incorreções e vai reescrevendo para uma linguagem coloquial. É aí que entra intervenção pedagógica de Rariosvaldo.
O mais interessante nas aulas de Rariosvaldo, é que seus alunos vão além da leitura do cordel. Suas aulas são verdadeiras oficinas de produção literária. Ele coloca no quadro alguns versos, mostrando como se compõe a rima em cada estrofe, e aos poucos vai incitando os alunos a produzirem instantaneamente os seus próprios versos de cordel. Esta prática finda envolvendo toda a turma, onde cada um quer ver a sua produção na lousa.
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