A Redinha, a praia que já foi o centro das atrações da elite econômica e cultural de Natal está hoje abandonada. Mesmo assim, a prainha que guardava um charme especial pelo seu aspecto bucólico, ainda mantém seu statu de princesa e basta um olhar atento der quem passado sobre a ponte Newton Navarro, para deslumbrar de sua beleza.
Mas, se do alto a Redinha mantém seu "nariz empinado", ao se aproximar dela, penetrar em suas ruas, vai ver que a antiga vilinha de pescadores está enfrentando crises sérias.
Mesmo com aspecto pacato, a Redinha enfrenta um serio problema que são as drogas. A falta de segurança e de incentivo dos últimos governantes contribuiu para que a praia perdesse muitos veranistas. Até os anos 80, a Redinha era o centro das atenções de Natal. No final de semana, a praia recebia boa parte da elite econômica, política e cultural do Estado.
Reverenciada pelos seus veranistas que se gabavam de ter uma casa na Redinha, ela era flertada pelos turistas que tinham como parada obrigatória o Mercado Público. Comer ginca com tapioca era um ritual que não podia ficar de fora do tuor turístico. Não era para menos, afinal de contas, a iguaria havia chegado ao conhecimento de turistas de todo o Brasil. O responsável pelo marketing foi o folclorista Câmara Cascudo, que entre outros intelectuais a provar o prato de dona Dalila foi nada mais nada menos do Jorge Amado.
A Redinha era refúgio de poetas, escritores e boêmios, como Vicente Cerejo, João Gualberto, Alriza Sroares, que em seu site escreve e recorda com nostalgia:
"Ah, Redinha que saudades. Daqueles tempos assisti as danças folclóricas do Bumba Meu Boi, das Lapinhas, do Coco de Roda, do Pastoril. Do amanhecer junto com o sol, Dos arrastões de pescas.... da compra do peixe fresco...Tão cortejada pelos boemios, mas, mesmo esquecida, Redinha, ainda, em seus 408 anos, guardas muito charmes."
A presença de "gente importante" dividindo o espaço com os humildes pescadores transformaram a vida da Redinha nos finais de semanas e férias. Assim, barzinhos e quiosques começavam a funcionar na sexta-feira, e permaneciam abertos até o domingo à tarde. Hoje, com exceção de datas marcantes, entre elas o Carnaval, a praia somente tem vida no domingo. Mas, os banhistas são pessoas de baixíssimo poder aquisitivo.
Para parte dos moradores, outro fator que contribuiu para a crise na Redinha foi a construção da ponrte Newton Navarro. O bairro era passagem obrigatória dos passeios turísticos. Os passageiros desembarcavam da barca e passavam, de bugre, pela praia. Agora, ao descerem da ponte, eles seguem pela Avenida Litorânea, na Redinha Nova. Assim, a Redinha ficou no escanteio.
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