Vida natural

sábado, 28 de dezembro de 2013

Chico das Redes mantém a tradição de confecção de malha de pescar há mais de 30 anos no Soledade

Ofício é mais uma terapia do que razão econômica
Alheio a movimentação de pessoas e carros que trafegam na movimentada avenida Senhor do Bonfim nos dias de sábado em decorrência da feira livre, o senhor Francisco, ou Chico das Redes, como é conhecido tece fio a fio de milhares que irão tecer na confecção de uma rede de pescar. Ofício quase extinto, Chico das redes diz que economicamente o trabalho não tem futuro, a não uma espécie de terapia, isto para não ficar o dia inteiro em casa. O trabalho concentrado do artesão rende menos de um salário mínimo ao mês o que apenas o ajuda nas despesas de casa. A outra renda, é um salário mínimo que ele recebe de sua aposentadoria do INSS.
"Isto já deu dinheiro, mas hoje faço apenas por entretenimento", explica. Chico das Redes disse que uma rede para pescar camarões custa em média R$ 250,00. Mas, não se faz uma rede desta do dia para noite. Se o artesão trabalhar o dia inteiro, ele fará, no máximo três redes ao mês. "É um trabalho lento, paciente e que requer muita atenção".
O artesão ensina que o não reconhecimento no valor do trabalho começou quando as fábricas de redes tradicionais começaram a fabricar malhas em algodão e linho. "Elas são menos resistentes e tem pouco tempo de uso, mas o povo vai na vantagem do preço que custa até 1/4 a menos do que as de nylon".
Por outro lado, o artesão explica que muita gente que compra rede é para pesca não profissional e com isto não levam em consideração a questão do tempo de utilidade. Mas, o artesão avisa, de que mesmo sendo mais cara, o investimento vale a pena. Um exemplo disto são as redes para pesca de camarões. Como a malha é juntinha e praticamente invisível, os crustáceos caem aos milhares, o que finda por ter um benefício ainda maior.

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